A última fronteira
22/06/2011 06:51
- Uma vitória simples, hoje, no Pacaembu contra o tradicional Peñarol, devolve a América ao Santos
Sensação do futebol brasileiro na temporada passada, o Santos quer atravessar as fronteiras do País com a conquista da América. Esse é o espírito santista para a decisão da Copa Libertadores, contra o Peñarol, nesta quarta-feira, a partir das 21h50, no Pacaembu, em São Paulo. Mas o empate por 0 a 0 no primeiro jogo da decisão, na última quarta, no Estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai, dá a exata dimensão do equilíbrio entre os dois times.
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Em caso de novo empate nesta quarta-feira no Pacaembu, independente dos gols marcados fora de casa, levará a decisão para a prorrogação. E, se a igualdade persistir, o campeão será definido nos pênaltis. Para ajudar na dura missão de superar o tradicional e aguerrido Peñarol, a torcida santista promete "pintar" o estádio de preto e branco, empurrando o time da Baixada Santista das arquibancadas.
O que poderá fazer a diferença no confronto histórico desta quarta-feira é que o Santos terá a volta dos experientes Edu Dracena e Léo na defesa - enquanto o zagueiro cumpriu suspensão, o lateral-esquerdo se recuperou de lesão. Mas o principal retorno é do talentoso Paulo Henrique Ganso no meio-de-campo.
Finalmente recuperado da lesão muscular na coxa direita, que o deixou afastado por 42 dias, Ganso treinou normalmente nesta terça-feira e teve seu retorno confirmado pelo técnico Muricy Ramalho. Com a volta do camisa 10, melhora a qualidade técnica do Santos, aumentando as chances de gol do atual bicampeão paulista e dando esperanças para a torcida. Mesmo porque, o Peñarol promete fazer uma forte marcação nesta quarta no Pacaembu.
"É Ganso quem vai decidir por quanto tempo vai ficar em campo. Ele é um armador à moda antiga, que faz o que quer com bola e dita o ritmo do jogo. Em alguns momentos Ganso acelera, em outros dosa, joga com inteligência e não se desgasta desnecessariamente", definiu o ex-goleiro Nei Pandolfo, gerente de futebol santista.
História reescrita
A final da Libertadores de 2011 reúne dois clubes de grande tradição. O Santos de Pelé, Mengálvio, Coutinho, Pepe e companhia conquistou as edições de 1962 e 1963 da competição - a primeira delas contra o mesmo "Carbonero" -, e poderia ter um numero elevado de títulos se, no auge do seu reinado, não optasse pela realização de longas excursões à Europa, Ásia e África, em detrimento do torneio sul-americano de clubes.
Esta é a 11ª Libertadores da história do Santos, que está em sua quarta final. A última foi em 2003, com a geração de Robinho e Diego. Na época, o time perdeu para o Boca Juniors em Buenos Aires e em São Paulo.
Já o Peñarol chegou à final mantendo a tradição de sempre se dar bem como visitante. Neste ano, passou de etapas superando o Internacional, em Porto Alegre, e o Velez Sarsfield, na Argentina. O clube uruguaio já conquistou o título da Libertadores em outras cinco oportunidades - o último foi conquistado em 1987, contra o América de Cali (COL), em jogo extra disputado em Santiago do Chile, com um gol do seu atual treinador, Diego Aguirre, no último minuto da prorrogação.