Aumento dos planos de saúde limitado a 7,69%
09/07/2011 07:13
Associados de planos de saúde devem preparar o bolso. Alta liberada pela ANS é a maior dos últimos cinco anos
Em um momento ruim para o setor privado de planos de saúde, em que se acentua uma verdadeira disputa de queda de braço entre médicos, clínicas e hospitais com as empresas do ramo para tentar elevar os valores repassados por elas, gerando desconfiança quanto ao pleno funcionamento do sistema, mais uma notícia desagradável chega ao consumidor: o maior índice de aumento dos últimos cinco anos, no Brasil.
Após dois meses de atraso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou, ontem, o limite de até 7,69% para reajustar o valor dos planos de saúde médico-hospitalares individuais e familiares, contratados a partir de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98.
No mês passado, a ANS já havia negado, em nota oficial, o provável índice de 6,6%, que havia sido cogitado na época. O resultado foi um avanço de pelo menos um ponto percentual sobre o que estava sendo especulado em maio. O que tornou o índice fixado o mais alto entre 2007 e 2010, quando o reajuste variou entre 5,7% e 6,7%. Em nota oficial, a ANS procurou alertar os beneficiários. "Ao receberem seus boletos, os consumidores devem observar se o percentual e o valor absoluto do aumento estão devidamente identificados, permanecendo atentos a eventuais cobranças de valores retroativos, a partir de maio de 2011".
Impacto no Ceará
Conforme os dados fornecidos pela a ANS, 17% dos consumidores de planos de assistência médica no País serão diretamente atingidos com a medida, o que representa o mesmo que oito milhões de brasileiros. Destes, 363.920 cearenses terão o percentual aplicado em suas mensalidades a partir da data de aniversário de seus contratos, entre maio passado (pagamento retroativo) e abril de 2012, até a fixação do próximo aumento.
Unimed Fortaleza
Procuradas pelo jornal, as duas maiores operadoras que atuam no Estado, se pronunciaram sobre o assunto. Para o diretor Administrativo e Financeiro da Unimed Fortaleza, Ferreira Filho, o percentual de 6,79% não é suficiente para repor os investimentos aplicados em tecnologia e a agregação de novos itens no rol de procedimentos regulado pela ANS.
"A inflação em saúde é diferente da de arroz, feijão, vestuário e de preços gerais ao consumidor. Durante o ano, são adicionados novos exames, tecnologias e medicamentos, que não substituem os já existentes.
Pelo contrário, acumulam em mais procedimentos. O ideal seria um índice no patamar publicado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), que registrou 12%, nos últimos 12 meses", disse. Contudo, segundo o representante da Unimed Fortaleza, para compensar esse déficit, a empresa tem procurado se adaptar em práticas cada vez mais profissionais de gestão.
"Como somos uma cooperativa sem fins lucrativos, nunca tivemos problema em fazer esse ajuste. Sempre procuramos reverter isso na ampliação da plataforma tecnológica e oferecer o melhor para os clientes, por isso as mudanças são feitas em outras áreas administrativas".
Segundo ele, a Unimed Fortaleza possui 180 mil clientes (49% da carteira da operadora) inseridos no perfil de pessoas que sofrerão o aumento.
Hapvida
Em nota oficial, o Hapvida informou que, ao todo, possui cerca de 320 mil usuários, sendo 124 mil associados com contratos individuais ou familiares.
A empresa disse, ainda, que "recebe com muita tranquilidade o reajuste orientado pela ANS", destaca.
O Hapvida acrescentou que vai aplicar um percentual levemente inferior ao teto definido pela ANS, ou seja, 0,06 ponto percentual abaixo do limite máximo a ser reajustado, e afirmou, ainda, que isso só será possível por conta da estrutura da operadora. "Devido a sua escala, com mais de 1 milhão de clientes, uma rede de atendimento preferencial formada por mais de 100 unidades, sendo destas, 20 hospitais de alta complexidade e mais de 10 mil profissionais envolvidos na operação, o Hapvida repassará um reajuste menor do que o teto fixado pela ANS", reforçou.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER
Em um momento ruim para o setor privado de planos de saúde, em que se acentua uma verdadeira disputa de queda de braço entre médicos, clínicas e hospitais com as empresas do ramo para tentar elevar os valores repassados por elas, gerando desconfiança quanto ao pleno funcionamento do sistema, mais uma notícia desagradável chega ao consumidor: o maior índice de aumento dos últimos cinco anos, no Brasil.
Após dois meses de atraso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou, ontem, o limite de até 7,69% para reajustar o valor dos planos de saúde médico-hospitalares individuais e familiares, contratados a partir de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98.
No mês passado, a ANS já havia negado, em nota oficial, o provável índice de 6,6%, que havia sido cogitado na época. O resultado foi um avanço de pelo menos um ponto percentual sobre o que estava sendo especulado em maio. O que tornou o índice fixado o mais alto entre 2007 e 2010, quando o reajuste variou entre 5,7% e 6,7%. Em nota oficial, a ANS procurou alertar os beneficiários. "Ao receberem seus boletos, os consumidores devem observar se o percentual e o valor absoluto do aumento estão devidamente identificados, permanecendo atentos a eventuais cobranças de valores retroativos, a partir de maio de 2011".
Impacto no Ceará
Conforme os dados fornecidos pela a ANS, 17% dos consumidores de planos de assistência médica no País serão diretamente atingidos com a medida, o que representa o mesmo que oito milhões de brasileiros. Destes, 363.920 cearenses terão o percentual aplicado em suas mensalidades a partir da data de aniversário de seus contratos, entre maio passado (pagamento retroativo) e abril de 2012, até a fixação do próximo aumento.
Unimed Fortaleza
Procuradas pelo jornal, as duas maiores operadoras que atuam no Estado, se pronunciaram sobre o assunto. Para o diretor Administrativo e Financeiro da Unimed Fortaleza, Ferreira Filho, o percentual de 6,79% não é suficiente para repor os investimentos aplicados em tecnologia e a agregação de novos itens no rol de procedimentos regulado pela ANS.
"A inflação em saúde é diferente da de arroz, feijão, vestuário e de preços gerais ao consumidor. Durante o ano, são adicionados novos exames, tecnologias e medicamentos, que não substituem os já existentes.
Pelo contrário, acumulam em mais procedimentos. O ideal seria um índice no patamar publicado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), que registrou 12%, nos últimos 12 meses", disse. Contudo, segundo o representante da Unimed Fortaleza, para compensar esse déficit, a empresa tem procurado se adaptar em práticas cada vez mais profissionais de gestão.
"Como somos uma cooperativa sem fins lucrativos, nunca tivemos problema em fazer esse ajuste. Sempre procuramos reverter isso na ampliação da plataforma tecnológica e oferecer o melhor para os clientes, por isso as mudanças são feitas em outras áreas administrativas".
Segundo ele, a Unimed Fortaleza possui 180 mil clientes (49% da carteira da operadora) inseridos no perfil de pessoas que sofrerão o aumento.
Hapvida
Em nota oficial, o Hapvida informou que, ao todo, possui cerca de 320 mil usuários, sendo 124 mil associados com contratos individuais ou familiares.
A empresa disse, ainda, que "recebe com muita tranquilidade o reajuste orientado pela ANS", destaca.
O Hapvida acrescentou que vai aplicar um percentual levemente inferior ao teto definido pela ANS, ou seja, 0,06 ponto percentual abaixo do limite máximo a ser reajustado, e afirmou, ainda, que isso só será possível por conta da estrutura da operadora. "Devido a sua escala, com mais de 1 milhão de clientes, uma rede de atendimento preferencial formada por mais de 100 unidades, sendo destas, 20 hospitais de alta complexidade e mais de 10 mil profissionais envolvidos na operação, o Hapvida repassará um reajuste menor do que o teto fixado pela ANS", reforçou.
ILO SANTIAGO JR.
REPÓRTER