Blairo Maggi recusa convite para cargo

09/07/2011 07:21

 

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O senador Blairo Maggi também manifestou a insatisfação do PR com os afastamentos determinados pelo governo
AG. BRASIL

Senador teme exposição pública de seu nome após sucessivas denúncias de corrupção no governo federal

Brasília. O senador Blairo Maggi (PR-MT) decidiu ontem recusar o convite da presidente Dilma Rousseff para assumir o Ministério dos Transportes. Depois de reunir-se com o seu grupo empresarial em Mato Grosso, o senador avaliou que teria "impedimentos legais" para se tornar ministro porque suas empresas têm contratos com o governo federal.

Blairo, porém, não comunicou sua decisão à presidente. O senador pretende formalizar a recusa até terça-feira, quando o PR deve indicar um novo nome do partido para ocupar a pasta.

Além das questões empresariais, o senador teria recusado o convite por temer a exposição pública depois que integrantes do partido tiveram que deixar o governo acusados de superfaturamento em contratos do ministério e órgãos afins.

O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, assumiu o cargo interinamente até um nome ser oficializado. O ex-ministro Alfredo Nascimento deixou o cargo na quarta-feira (6), depois que Dilma Rousseff afastou quatro integrantes da cúpula do ministério, incluindo o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot.

Em conversa com o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, o senador Blairo Maggi disse que manifestou a insatisfação do partido com os afastamentos determinados pelo governo. Ainda no sábado passado, o Planalto determinou o afastamento de quatro servidores do ministério.

Além de Pagot, foram afastados Mauro Barbosa da Silva, ex-chefe de gabinete do ex-ministro Alfredo Nascimento, e Luiz Titto Barbosa, assessor do gabinete. Eles tiveram a exoneração publicada no Diário Oficial na terça-feira (5), um dia antes do próprio ministro Alfredo Nascimento pedir demissão do cargo de ministro de Transportes.

O governo anunciou a instalação de uma sindicância para apurar as supostas irregularidades. A sindicância tem 30 dias para ser concluída, mesmo período em que Pagot estará de férias do cargo.

Tom de ameaça

O senador Blairo Maggi afirmou que acredita que Luiz Antonio Pagot conseguirá prestar todos os esclarecimentos no Senado na próxima semana Na última quinta-feira, Pagot já deu uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo, programado para terça e quarta-feira da proxima semana, no Congresso Nacional.

"O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse o ex-diretor do Dnit, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão. Com isso, o PR manda ao governo federal um recado de que não quer pagar sozinho pelas denúncias que abalaram a pasta dos Transportes e já faz ameaças a petistas que estão na estrutura do órgão.