Quem tem medo do Paraguai?

09/07/2011 07:22

 

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Seleção Brasileira encara, neste sábado, o seu maior carrasco nos últimos anos; e precisa muito da vitória

A história do futebol define como grandes clássicos mundiais os jogos do Brasil contra Argentina, Itália, França, Alemanha e Inglaterra. Os confrontos com Holanda e Uruguai também são movidos por forte rivalidade. Todos adversários temíveis. Nenhum, porém, com o retrospecto recente do Paraguai. No jogo deste sábado, a partir das 16 horas, na cidade argentina de Córdoba, pela segunda rodada da Copa América, a Seleção Brasileira vai enfrentar exatamente quem mais vezes lhe derrotou neste século.

Nos últimos 11 anos, o Brasil perdeu quatro vezes para o Paraguai e acumula três resultados negativos, no mesmo período, em confrontos com Argentina, França e México. Esses números ajudam a entender a tensão do técnico Mano Menezes e de vários jogadores brasileiros depois do fracasso da equipe na estreia da Copa América - 0 a 0 com a Venezuela, no último domingo. Assim, para terminar a segunda rodada praticamente livre da ameaça de uma eliminação precoce no Grupo B da competição, a Seleção precisa vencer os paraguaios neste sábado.

Após o fiasco inicial, Neymar não brincou mais com o topete de Robinho e Ganso parou de pular sobre os ombros de Alexandre Pato, entre outras brincadeiras tão comuns nos treinos da Seleção na Argentina. Enfim, o grupo deixou de lado a descontração, característica marcante da equipe na primeira semana de treinamentos na cidade de Campana.

A tendência é que o mais recente algoz da Seleção Brasileira busque o jogo aberto, a fim de se recuperar também de um tropeço - vem de empate contra o Equador na estreia pelo Grupo B. Mano Menezes aposta nisso e prevê uma partida mais emocionante neste sábado. "Por tradição, o Paraguai vai atrás da vitória. Vamos assim ter mais espaços para criar", comentou Mano Menezes.

Sem garantias

Apesar das promessas do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que o torneio não vai ter influência na sequência do trabalho visando ao Mundial de 2014, ele sabe o rumo tomado por Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão logo após dois insucessos do futebol brasileiro.

Em 2000, Luxemburgo, até então definido pela CBF como o técnico do Mundial de 2002 no Japão e na Coreia, acabou demitido quando a seleção foi eliminada na Olimpíada de Sydney. No ano seguinte, Leão teve o mesmo destino ao comandar uma campanha desastrosa na Copa das Confederações disputada na Coreia do Sul e Japão. Curiosamente os dois treinadores viveram o dissabor no período em que o Paraguai começava a se impor como o vilão da Seleção Brasileira.

Portanto, no jogo de hoje, Mano Menezes se sentirá bastante aliviado se Neymar, Ganso, Robinho e Pato voltarem a brincar depois do jogo.

ANÁLISE

O que garante vitória é bola na rede...

Aespeculação sobre a possível saída de Robinho para a entrada de Lucas, do São Paulo, no quarteto ofensivo do Brasil, dominou o noticiário esportivo da semana, no Brasil. Especulação que ganhou mais corpo, ainda, com a confirmação de que Mano Menezes usou parte do treino secreto da última quarta-feira para testar essa mudança, fazendo entrar também Elano, no posto de Ramirez. A definição, segundo o treinador, só acontecerá momentos antes da partida. Mas, sou capaz de apostar que o time contra o Paraguai será o mesmo do empate com a Venezuela. Creio - e isso é puro achismo - que Mano não sacaria um jogador como Robinho sem dar-lhe uma última chance de mostrar que merece ser titular. Se não der no couro, aí sim, o técnico ficará à vontade para mandá-lo para a reserva. De toda forma, não é só Robinho que precisa mostrar serviço. Ganso, Neymar e Pato também tiveram uma atuação muito abaixo do esperado. Volto a dizer: eles jogando pelo menos parte do que sabem, já são capazes de desequilibrar. Falta, como o próprio Mano admitiu, mais objetividade. O jogo bonito é interessante, mas o que garante vitória é bola na rede. Que as lições do empate na estreia sejam absorvidas e que o Brasil faça, logo mais, um jogo à altura de suas jovens estrelas.

Paulo césar Norões
De Córdoba, Argentina