Trio santista chega com moral, mas principal aposta de Mano é Neymar
Enquanto atacante se junta à seleção como titular absoluto, Elano e Ganso viram alvo do preparador físico Carlinho Neves
24/06/2011 | 00:03 | Nícolas França, enviado especial
Neymar e Ganso, duas grandes apostas de Mano. Pela primeira vez, também, ele poderá repetir a formação ofensiva de sua estreia no comando da seleção, a vitória por 2 a 0 sobre os EUA (dia 10 de agosto de 2010), com os dois ao lado de Robinho e Alexandre Pato. De longe, a melhor apresentação das oito feitas pelo time sob o seu comando – após ela, porém, não pôde mais contar com Ganso, que lesionou gravemente o joelho.
Hedeson Alves, enviado especial/ Gazeta do Povo

Chuva, lama e frio - Os jogadores da seleção brasileira treinam no encharcado gramado do Sofitel La Reserva Cardales, local da concentração da equipe na preparação para a Copa América da Argentina. Já havia uma camada de água por baixo da grama antes da chuva de quarta-feira. Como ela não deu trégua até a manhã de ontem – quando foi utilizado um espaço ao lado para um treino físico –, o piso ficou ainda mais pesado. Mesmo assim, e apesar do frio, o time fez à tarde um treino “dois-toques”, comandado pelo auxiliar-técnico Sidnei Lobo e observado pelo treinador Mano Menezes
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Comitê exalta torneio fora da capital
Los Cardales - O Comitê Organizador da Copa América 2011 concedeu entrevista coletiva ontem, ao final da tarde, no centro de imprensa. E, a pouco mais de uma semana para a bola rolar, ressaltou os dois objetivos principais da realização: corrigir os defeitos de organização de eventos no país e promover uma competição, prioritariamente, fora de Buenos Aires.
O feito do trio santista foi o assunto de ontem na concentração brasileira em Los Cardales. “Estamos esperando os três. Vamos dar parabéns porque merecem. Não sei ainda se vai rolar alguma sacanagem com eles”, brincava o atacante Robinho, durante a tarde.
A chegada dos campeões da América ao hotel em Los Cardales estava prevista para as 23 horas – Ganso era esperado para depois de meia-noite, depois de perder o voo por causa de um pneu furado no trajeto Santos-São Paulo.
“Chegarão à seleção com mais moral, o título da Libertadores dá confiança para eles”, afirmou Robinho, esperando que o título santista se reflita positivamente na seleção brasileira. Não é só com o companheiro que eles estão em alta. Especialmente Neymar. O Olé, principal jornal esportivo argentino, não deu muito espaço para a final da Libertadores, sem nenhum clube do país, mas rasgou elogios ao jovem atacante, definido pelo diário como “El Reymar de América”: “Não será Pelé, mas com sua personalidade de craque, seu futebol e seus dribles, Neymar é a realidade do Santos e do futebol brasileiro. A seus 19 anos, conseguiu o que Robinho não pôde em 2003, levantar a Copa Libertadores sendo o grande protagonista, inclusive na final”.
A referência a Robinho, hoje no Milan, é sobre a derrota santista na final de 2003, contra o Boca Juniors, quando esperava-se que ele decidisse a favor do Peixe.
Entre os três, Neymar é quem chega em melhores condições. O meia Ganso voltou a atuar apenas no jogo do título, após se recuperar da lesão muscular na coxa direita que o afastou por 45 dias. O volante Elano, que voltou ao futebol brasileiro no início do ano, após deixar o Galatasaray, da Turquia, deu sinais de esgotamento físico nos últimos jogos.
Ambos terão mais atenção do preparador físico da seleção, Carlinhos Neves, que estabeleceu um acompanhamento individual dos atletas nos primeiros dias da preparação na Argentina.